quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Arte para Crianças



Entrei na questão de Arte produzida para crianças, por causa da pressão dos meus 6.317.618/2 leitores, que sabedores do fato de eu ter me tornado pai recentemente, me questionam até com aspereza, pois muitos, se não todos, conhecem bastante acerca dos meus maus modos, motivo pelo qual o nome deste bissexto blog é o que é.
Pois bem, acredito que a maioria das pessoas que se dedicam a produzir algo no gênero mostram-se absolutamente desconhecedoras do que criança gosta.
Em primeiro lugar, quem falou que criança gosta de musical? Quem gosta de ter uma história interrompida para que as pessoas que há pouco lutavam, fugiam de monstros ou tentavam se beijar se dediquem a ... cantar?
E a cantar músicas que são ouvidas ali pela primeira vez, e no caso de nós, que somos ou fomos crianças colonizadas, a ouvir músicas em inglês, feitas para o gosto de adultos que supõem (erradamente) que conhecem o gosto de crianças.
Eu, moleque de décadas atrás, desligava a tv e ia pra rua, que era lugar de criança na época.
E livro infantil, para que possa atrair a atenção, mais que tatibitates e troca-letras, precisa de boas histórias, contadas com emoção e INTELIGÊNCIA.
Afinal, é a lição que Lewis Carrol, Monteiro Lobato e Júlio Verne sacaram tão bem.
Isso mesmo, as histórias de Júlio Verne já foram consideradas histórias para crianças!
Pois bem, patuleia, a conclusão que se chega é que criança não pode ser subestimada.Tem que ser tratada com respeito e inteligência.
Adeus, pequena multidão de 6.317.318/2 fãs incondicionais dessas linhas grotescas e ainda não descobertas pela Academia.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pete Postletwaite:alguém a ser lembrado



A sequência de fotos acompanha cronologicamente cenas e momentos da carreira de um homem que já foi chamado pela (exigente) crítica inglesa, como o maior ator do mundo.
Conheci Pete Postletwaite no final da década de 80, em um filme atordoante:"Em Nome do Pai". Mostrava um momento turbulento da história da Irlanda (essa mesmo, a terra dos contos de fada mais absurdos, do povo mais rebelde, louco e beberrão do Reino Unido-e olhe que a disputa é séria- e das raízes do country norte-americano-pesquise a música folk irlandesa e descubra o que eu estou falando).
Ele fazia o pai que aceita o absurdo de ser preso com o filho para dividir com ele uma condenação injusta, de uma acusação falsa de atentado à bomba.
Ele imprime uma dignidade ao pai, com seu olhar entre resignado e firme, que comove a todos aqueles que têm ou não um pai capaz de perder a vida por seu filho.Enxerguei meu pai naquela rudeza, naquela honradez, na simplicidade inculta e na fé inabalável.
Devo admitir que a década de 80 foi pródiga em bons filmes:
- Furyo- Em Nome da Honra- com David Bowie;
- Labirinto-com ele mesmo;
-De Volta Para o Futuro- um filme redondo, pop e perfeito como uma bola de chiclete;
-O Campo dos Sonhos- quando Kevin Costner ainda tinha algo a dizer;
-Gandhi-Ben Kingsley em seu melhor momento;-para ficar nos mais acessíveis e comerciais.
Mas "Em Nome do Pai", talvez por ser parte da história recente, por causa do IRA, pela atitude do pai, vale
ser visto, ou revisto.
Aliás, a filmografia deste grande cara, ator de teatro dos melhores, tem momentos significativos, como
em "Amistad", "Fúria de Titãs", "O Último dos Moicanos", "Aeon Flux", "Salomon Kane" ou como o padre alcoólatra e atormentado de "Romeu e Julieta" com um ainda magro e imberbe Leonardo di Caprio e uma
delicada  sílfide chamada Claire Daines.
De câncer, aos 64.
Valeu.