terça-feira, 13 de setembro de 2011

Obrigado, Doutor

Obrigado, Doutor, por fazer minha adolescência mais poética e marcada pela beleza;
Obrigado por ter desmoralizado Dino Zoff na batalha mais épica, heroica e injusta desde que Leônidas enfrentou o império Persa nas Termópilas;
Obrigado por sempre ter se posicionado contra as injustiças, a favor do pobre e ao lado das causas justas e verdadeiras;
Valeu por ter se batido contra a burocracia, o neoliberalismo, o grande capital e as escolinhas de futebol militarizadas e destruidoras da criatividade;
Parabéns por ter dito que nossa criatividade nasce da carência de recursos, dos campinhos esburacados de terra batida e das bolas indomáveis de borracha saltadora, que quem domina uma bola dessa no pé descalço, é capaz de dominar o mundo, os zagueiros implacáveis e o coração de uma mulher;
obrigado por ter coragem de desafiar a ditadura, por externar suas opiniões políticas na testa altiva e orgulhosa e por não se render nunca;
Obrigado, enfim, por, mesmo sendo eu parte da maior torcida do brasil, a anti-corintiana, me fez respeitar este time por abrigar sua elegância e estilo apurados, e por ter instaurado a maior experiência sócio-demo
crática-esquerdista-anarquista da história do esporte nacional.
De brinde, o gol mais difícil e desmoralizante que já vi.
Obrigado, Doutor!



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

On the corner

Em minha infância, quadrinhos eram estigmatizados como algo capaz de atrapalhar os estudos, deixar alienado e criar malucos sem qualquer noção de realidade.
Hoje, quadrinhos são chmados de "Arte Sequencial", e se se considerarmos as pinturas rupestres, retratando cenas de caça, os quadrinhos são a forma de arte mais antiga que se manteve registro. É possível se considerar também o teto da Capela Sistina, de Michelângelo, como os quadrinhos mais bem elaborados da História.
Sou assumidamente nerd e fã de quadrinhos.
Só tenho que agradecer a Laudo Ferreira e a Omar Viñole por esta preciosidade: ilustrar a trajetória de uma junção ímpar na história da música mineira: a fina flor do talento, da sensibilidade e da poesia de um grupo de amigos marcados pela camaradagem e pela genialidade.
Excertos de um tempo em que música se fazia com capacidade, talento e sem autotune.
Valeu!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Certeza


Sou Homem
Embora adeuses tenha dito
E as saudades desbotem nas gavetas
Sou Homem
é o que amanheceres repletos de segredos
teimam em sussurrar em meus ouvidos
que eu bem gostaria que fossem indiferentes
Os segundos destilam pressa
A vida escorre pelos cantos
Todos os homens labutam
Fazendo crescer cidades ou desertos
E a dura realidade não me escapa dos dentes...
Sou Homem
que costas largas preciso
para suportar essa verdade...