domingo, 24 de março de 2013

Velhos tempos...belos dias

Eram dias outros, outros tempos. A vida que para mim era aurora, tinha cara de uma eterna tarde, com sol forte, chapado, vida modorrenta e boa.
Os carros eram grandes, cheiravam a gasolina limpa com estopa, o barulho da Dutra, pneus e ecos, chegavam feéricos à minha casa, a tarde era duradoura.
David Carradine contracenava impávido com Farrah Fawcett, Lee Majors propagandeava o kichute de seis milhões de dólares e a tarde era eterna, com sol dourado.
Meu pai tinha músculos, sorriso bom e dentes fortes; minha mãe cantava com vibrato e voz límpida e ambos eram eternos.
Meu quintal era máquina do tempo e era essa voz do vídeo, este timbre de guitarra e essa rouquidão distorcida que povoavam o rádio à pilha, as tardes compridas de minha tarde eterna.
Anos 70.
Século vinte. 
Tarde eterna.

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