Num mundo de aridez, dureza e desencanto, um momento de delicadeza, melancolia e lirismo .
terça-feira, 30 de junho de 2015
Heaven- What is and what should be
Num mundo de aridez, dureza e desencanto, um momento de delicadeza, melancolia e lirismo .
sábado, 27 de junho de 2015
Quase sem querer
Me disseram que você
(nem) estava (mais) chorando
como lhe quero tanto
terça-feira, 23 de junho de 2015
Gladiadores- dos idos anos de 1991- poema fóssil arqueológico jurássico
www.brasil247.com
Preparo-me para a guerra
gladiadores precisam de óleo
no corpo
e tem de estar nus como a verdade
vou te ver
e ouvir o que não quero
Que saiba o rei
que nas longínquas eras
em que saí à cata de liberdade
entre seios e pernas
pele quente e sorrisos
tudo o que fiz foi constatar
que quero os seus
Preparo-me para a guerra
gladiadores precisam de óleo
no corpo
e tem de estar nus como a verdade
vou te ver
e ouvir o que não quero
Que saiba o rei
que nas longínquas eras
em que saí à cata de liberdade
entre seios e pernas
pele quente e sorrisos
tudo o que fiz foi constatar
que quero os seus
domingo, 21 de junho de 2015
sábado, 20 de junho de 2015
Cóccix
alcoolgel.wordpress.com
Vou te procurar como insano
escrever seu nome
com letra de criança na parede
deslizar pela tua espinha
morder seu cóccix
com desespero
ensopar seu ouvido
com meu choro represado
abraçar seu corpo magro
te machucar com minha barba por fazer
levantar aquele seu vestido
que eu te pedi pra pôr
pra não irmos pra lugar nenhum
aguentar seu mal humor de segunda de [manhã
e devorar com fome o seu hálito de fome Que bom lembrar você
na noite fria do trovão da chuva forte
daquele dia que você dormiu lá em casa
Vou te procurar como insano
escrever seu nome
com letra de criança na parede
deslizar pela tua espinha
morder seu cóccix
com desespero
ensopar seu ouvido
com meu choro represado
abraçar seu corpo magro
te machucar com minha barba por fazer
levantar aquele seu vestido
que eu te pedi pra pôr
pra não irmos pra lugar nenhum
aguentar seu mal humor de segunda de [manhã
e devorar com fome o seu hálito de fome Que bom lembrar você
na noite fria do trovão da chuva forte
daquele dia que você dormiu lá em casa
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Rapadura Cult: O sonho
Rapadura Cult: O sonho: O Sonho (1932), de Pablo Picasso Não se sabe ao certo o que é o sonho, se bem que muita gente tenha tentado defini-lo. Explicação er...
Há imagens enigmáticas, arquétipos que, com sua força simbólica, nos incomodam, intrigam, roubam nossa visão, e nos tiram de nossa rotineira percepção de mundo.
Senhor Picasso, merci beaucoup!!!
quinta-feira, 11 de junho de 2015
CUIDE-SE BEM- Guilherme Arantes
E é bem delicado viver de uma forma ou de outra
É uma arte como tudo
Cuide-se bem, tem mil surpresas a espreitar
Em cada esquina mal iluminada, em cada rua estreita
Em cada rua estreita do mundo
Pra nunca perder esse riso largo
E essa simpatia estampada no rosto
Cuide-se bem, eu quero te ver com saúde
E sempre de bom humor e de boa vontade com tudo
terça-feira, 9 de junho de 2015
So(l)frência
www.digiforum.com.br
Não é nem domingo
tenho fiapos de carne nos dentes
e há sol nos telhados mornos
posso ir à rua
mas não vou
é estranho,
você 'tá' ficando em mim
como fiapos de carne
nos meus dentes
Não é nem domingo
tenho fiapos de carne nos dentes
e há sol nos telhados mornos
posso ir à rua
mas não vou
é estranho,
você 'tá' ficando em mim
como fiapos de carne
nos meus dentes
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Do the Evolution
Século XXI, Era da Informação, tecnologia a todo vapor, estado com alto IDH, um cidadão(?) autoconfiante, dono da verdade, humilha um haitiano que faz um trabalho que ele, o branco, bem nutrido e bem nascido (?) não faria nem que precisasse.
Confesso que já caminhei por aquelas plagas, e presenciei diálogo de teor semelhante, preconceituoso e arrogante, em um ônibus. Senhora caucasiana, olhos claros e sotaque europeu de quem nasceu aqui, mas era filha de estrangeiros, apontava acintosamente para um nordestino, e bradava indignada:
-"Olhem só, mais um deles, invadindo nossa cidade, roubando nossos empregos e vivendo sem licença no que é nosso."
Já fui jovem e mais arrogante, e respondi pelo colega nordestino:
- Se fôssemos seguir seu raciocínio, teríamos impedido seus antepassados que atravessaram o Atlântico quase mortos de fome, perseguidos pelo Adolfinho do Bigode, ou fugitivos de alguma limpeza étnica de se estabelecerem em nossa terra, que afinal de contas não é nossa, porque só a usamos enquanto vivos. Teríamos expulsado aqueles branquelos, esquálidos e de fala enrolada. Mas não, nós os acolhemos, e nos enriquecemos com sua presença, sua cultura e seu trabalho. Tenha a dignidade de se perceber bem vinda aqui nos trópicos, e respeitar o moço que pelo menos é descendente de alguém que nasceu aqui e dividiu o país com vocês!
O frustrado "hater", robusto, agressivo e cagador de regras se esquece de que falou com um ser humano, que o serve com humildade e doçura, e tem o direito de viver e trabalhar no país que o acolheu e que decerto acolheu o antepassado do raivoso pitbull de passeata, quer seja português, espanhol, polonês ou do Turcomenistão.
O que nos leva a pensar que a pregação de ódio que nos divide enquanto país, e que é insistentemente divulgada pela mídia, está produzindo frutos que nos aproximam do pensamento xenófobo e preconceituoso dos skinheads ou da Klu-Klux-Klan.
Lamentoso, diria Toninho Cerezo!
quinta-feira, 4 de junho de 2015
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Um Rei e Sua Arte
tpapertowns.blogspot.com
O macilento, cadavérico e respeitável senhor acima, Stephen King, já demonstrou seu imenso e profundo talento em obras-primas do terror e do suspense, que saltaram das páginas de seus romances para, em adaptações mais ou menos certeiras, mais ou menos felizes, tornarem-se clássicos, como "Carrie, a estranha", ou "O Iluminado".
Este estapafúrdio blog decerto poderia intitular-se sem medo, "Delay", porque descubro e divulgo coisas importantes e preciosas com considerável atraso, como o fiz com a trilogia Millenium de Stieg Larsson.
Ao ver saltar o nome de King na capa, aproximei-me, e fui fisgado pelo livro "Sobre a Escrita" no qual ele divide conosco, meros e melros mortais, um pouco de sua vida e muito de suas técnicas de criação e produção.
É uma prosa fluida, coloquial e fascinante. Sua vida narrada com humor refinado e autoirônico é tema para um livro de vida própria, e desperta interesse por mais de suas memórias.
Porém , quem não tem o desejo e a curiosidade de espiar por cima do ombro de um mestre em pleno exercício de seu ofício?
Como não convivemos com muitos deles, quando um desce do Olimpo e reparte migalhas de sua arte, é como não só espiar, mas compartilhar desse ato e da maneira como ele se materializa.
Diversão, cultura pop, papo agradável e inteligente, humor sem autoindulgência e dicas certeiras para quem almeja escrever, mais que produzir páginas. Além , é claro, de criaturas estranhas, perturbadas e bizarramente doentias espiando a conversa pelas janelas e detrás dos móveis.
Longa vida ao rei!
O macilento, cadavérico e respeitável senhor acima, Stephen King, já demonstrou seu imenso e profundo talento em obras-primas do terror e do suspense, que saltaram das páginas de seus romances para, em adaptações mais ou menos certeiras, mais ou menos felizes, tornarem-se clássicos, como "Carrie, a estranha", ou "O Iluminado".
Este estapafúrdio blog decerto poderia intitular-se sem medo, "Delay", porque descubro e divulgo coisas importantes e preciosas com considerável atraso, como o fiz com a trilogia Millenium de Stieg Larsson.
Ao ver saltar o nome de King na capa, aproximei-me, e fui fisgado pelo livro "Sobre a Escrita" no qual ele divide conosco, meros e melros mortais, um pouco de sua vida e muito de suas técnicas de criação e produção.
É uma prosa fluida, coloquial e fascinante. Sua vida narrada com humor refinado e autoirônico é tema para um livro de vida própria, e desperta interesse por mais de suas memórias.
Porém , quem não tem o desejo e a curiosidade de espiar por cima do ombro de um mestre em pleno exercício de seu ofício?
Como não convivemos com muitos deles, quando um desce do Olimpo e reparte migalhas de sua arte, é como não só espiar, mas compartilhar desse ato e da maneira como ele se materializa.
www.mixliterario.com
Longa vida ao rei!
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terça-feira, 2 de junho de 2015
vidanet.org.br
Não tenho saudade nenhuma
do torto caminho sem graça
que os meus pés andaram até o dia
em que me encontro
Estão reunidos
todos os cinzas desmaiados
os dias mornos e compridos
e uma lista espichada e interminável
de coisas que eu não fiz
Hoje, só quero ser melhor que já fui
pois esses meus dias
estão começando a ficar iguais
e não ando conseguindo me lembrar
de um em especial
talvez porque não haja um em especial
e entre morrer de medo de morrer
e desfiar rosários de horas xerocadas
só consigo escolher esse agora
essa fala
essa angústia chata
estampada na cara
Não tenho saudade nenhuma
do torto caminho sem graça
que os meus pés andaram até o dia
em que me encontro
Estão reunidos
todos os cinzas desmaiados
os dias mornos e compridos
e uma lista espichada e interminável
de coisas que eu não fiz
Hoje, só quero ser melhor que já fui
pois esses meus dias
estão começando a ficar iguais
e não ando conseguindo me lembrar
de um em especial
talvez porque não haja um em especial
e entre morrer de medo de morrer
e desfiar rosários de horas xerocadas
só consigo escolher esse agora
essa fala
essa angústia chata
estampada na cara
Ataduras
screencrush.com
-Aí, pronto. Você encastelou-se. Vestiu a armadura! Que bom! Já não era sem tempo! E eu não sei se ainda há alguma cicatriz do lado de dentro dela, como eu tenho as minhas! E sabe aquela atadura sobre o sangue seco das feridas que te falei lá atrás, desde o começo? Acho que é o último pedaço dela que está saindo!
-Aí, pronto. Você encastelou-se. Vestiu a armadura! Que bom! Já não era sem tempo! E eu não sei se ainda há alguma cicatriz do lado de dentro dela, como eu tenho as minhas! E sabe aquela atadura sobre o sangue seco das feridas que te falei lá atrás, desde o começo? Acho que é o último pedaço dela que está saindo!
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